RECOMEÇO DO BLOG? Atualizações sobre minha vida, minha escrita e meus projetos.

By Manoela Nunes - 16:50

Manoela volta ao seu refúgio que construiu, mas nunca habitou.Manoela volta ao seu refúgio que construiu, mas nunca habitou. 

Esse texto começou como uma pequena anotação no bloco de notas. Só que eu perdi o controle e escrevi alguns bons parágrafos que seriam editados em um momento que eu estivesse fora da cama, de preferência. Era, como sempre, um rascunho para a Manoela do futuro botar em prática, mas ela parece nunca estar comprometida com projetos pessoais. Então resolvi que esse texto iria para a internet o mais breve possível.

Uma das primeiras coisas que sempre cito quando faço uma descrição sobre mim é esse blog. Um blog que tem os textos do meu segundo semestre da faculdade e só. Nem sou mais a mesma pessoa, nem escrevo do mesmo jeito. Mas eu sempre fico feliz quando vejo que tenho um blog funcional para chamar de meu, com domínio próprio de um nome que pensei e com a identidade visual do jeito que eu gosto. Resolvi tratar o meu blog como ele deve ser tratado, visto que para mim, desde a pré-adolescência, é um local de escrita mais livre, que não funciona com a pressão da perfeição (o que sempre me atrapalhou todas as outras vezes que tentei escrever para cá). Durante esse tempo de isolamento, ficou claro que eu preciso de um refúgio criativo de única finalidade: deixar a minha marca real em algum lugar, priorizando nada mais do que eu mesma. Quem gostar que embarque junto comigo, mas não será mais um pré-requisito. Vou divulgar, porque faz parte. Porque estou escrevendo em um lugar que todos têm acesso e não em um diário feito em um caderno de papel que fica trancado em um armário.

Recentemente, as mudanças do Instagram abriram discussão sobre a publicação de vídeos curtos serem o novo foco do algoritmo, deixando o compartilhamento de fotos como um recurso rejeitado furtivamente pela plataforma. Entendam, eu gosto dos dois tipos de conteúdo e sigo tendo várias ideias mirabolantes para esses formatos. Porém, enquanto as redes se reformulam, eu quero dar mais alguns passos para trás e voltar a escrever em um blog, como se estivesse em 2013 (a época que eu acompanhava muitos deles). Eu me conheço bem o suficiente para saber que, por mais que escrever tenha virado meu pior medo dos últimos tempos, ainda é a forma que melhor sei me comunicar e me expressar. Olho para o passado e vejo que não existiria Manoela sem esse ato. Não a que eu conheço, pelo menos.

Eu passei por experiências de escrita bem interessantes na disciplina de jornalismo literário, que cursei nesse semestre que passou. Por conta delas, decidi reativar o Outros Cafés. Dentre os textos construídos, o que mais me encantou escrever foi uma resenha do livro A guerra não tem rosto de mulher da Svetlana Alexijevich. Fiz muitas resenhas na faculdade e, sinceramente, seguia um tipo de fórmula e acabava não me satisfazendo com a escrita. Fiquei presa em algo que me dava uma boa nota e só. Mas nessa fiz diferente. Esse livro não merecia uma fórmula, ele merecia tudo de mim. Nessa disciplina eu tive liberdade de escrever como em nenhuma outra. Se desse errado eu poderia justificar que entendi errado o conceito e ficava tudo bem. Pelo menos foi o que eu senti. Assim, eu pude ver um pouco de mim em cada texto, sem necessariamente interferir na leitura individual de quem diabos for ler o que eu escrevi. Inclusive, quero considerar que seja uma boa experiência para esse leitor. Tinha muito medo de sair da fórmula, mas quem diria, deu certo.


Sobre o que eu quero falar, afinal?

Ainda sobre resenhas: acredito que eu criei uma metodologia boa para consumir conteúdo e registrar meus olhares sobre ele. Rascunhos e áudios se mostraram muito úteis. São quase podcasts pessoais e intransferíveis (por enquanto). Eu escuto e concordo comigo mais uma vez. E claro, também passo para texto. Logo, teremos mais resenhas por aqui. Acho que isso pode se tornar um costume, estou disposta.

Além disso, quero me comprometer a fazer posts com os meus favoritos do mês, obviamente, com periodicidade mensal. É a única obrigação que me propus e ainda fica bem no conceito de slow blogging, que é o que a vida me permite e o que me sinto confortável por ora.

Sobre projetos envolvendo a faculdade, acho que mais um merece seu destaque e seu futuro. Junto da minha amiga do ️ chamada Sarah (@s.o.s.arah), desenvolvi um projeto de aplicativo que aborda conteúdos sobre cultura e turismo. Dois assuntos que sempre quis trazer nas minhas narrativas. Em breve, queremos publicar uma primeira versão. Será que vem aí?


Conclusões que imploram por esse recomeço

Eu acabei de finalizar a disciplina que me fez voltar para cá, não quero perder o embalo. Então aqui estou, em um lugar que nunca deveria ter saído. Eu sabia. De toda forma, quero que os posts transbordem daqui. As resenhas estejam publicadas por cantos estratégicos da internet, os favoritos do mês passando nos stories, os áudios palestrinhas sendo reproduzidos. Mas a minha prioridade, nada rentável, será o blog. Não me obrigarei a dançar uma dança do algoritmo quando eu não estiver a fim. Afinal, nunca ganhei dinheiro com meu perfil na internet e não tenho nada a perder. Meu sonho mais simples desde a adolescência é escrever em um blog e é isso que eu vou fazer. É um hobby. Isso existe em 2021?

Aqui o fantasma da imparcialidade (falsa) do jornalismo não me persegue, já que todo canto tem algo que grita sobre mim, de qualquer forma. Sou eu em texto. Tem fotos minhas. Palavras que só eu escolho usar juntas. Assuntos que eu escolhi estrategicamente falar, porque eu gosto. Sobre o jornalismo, mantenho o compromisso com a verdade porque é tudo que eu tenho e conheço. Depois de tudo que aprendi, duvido que alguém consiga arrancar o jornalismo de mim. Eu escolhi isso com 15 anos. Ninguém me tira isso.
 
Obrigada por me lerem. Até a próxima!

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